O Banco Popular da China, banco central do país, baixou hoje (8) a taxa de juros referencial para depósitos e empréstimos em 0,25 ponto percentual.

Trata-se do primeiro corte desde dezembro de 2008, após cinco elevações para esgotar a liquidez.

Especialistas ficaram surpresos com a decisão do banco central chinês. Embora a redução de taxa de juros já fosse prevista, o anúncio da decisão neste momento próximo à divulgação das estatísticas macroeconômicas de maio reflete uma grande pressão de desaceleração enfrentada pela economia chinesa. O banco central tomou a decisão levando em conta a macroeconomia do país. O pesquisador do Centro de Pesquisa das Finanças da Academia de Ciência Social da China, Yi Xianrong, disse que esta rodada de redução de taxa de juros indica com clareza uma direção relaxada da política monetária.

"A política monetária será ainda mais relaxada com a redução de taxa de juros. O objetivo é garantir o crescimento econômico e baixar o risco de desaceleração."

Entre as medidas desta rodada de redução de taxa de juros, a novidade é o reajuste do limite superior da faixa de flutuação das taxas de depósito para 1,1 vez a taxa referencial. Ao mesmo tempo, os bancos estão autorizados a oferecer um desconto de 20% aos mutuários.

Para Yi Xianrong, o reajuste da política transmite um sinal positivo, mas ainda é longo o caminho para que a taxa de juros volte à realidade do mercado.

"Aumentar a flexibilidade de flutuação das taxas favorece sua volta ao mercado, mas o âmbito desta medida ainda é pequeno. A reforma de taxas precisa ser promovida ainda mais rapidamente para, com isso, podermos atender as necessidades da economia real."

Além da influência à macroeconomia, a redução da taxa de juros traz também efeitos ao mercado imobiliário, bolsa de valores e produtos financeiros, o que atrai mais a atenção da população chinesa.

Embora o mercado imobiliário não seja o alvo dessas medidas, a indústria do setor receberá benefícios. Porém, para a vice-presidente da empresa imobiliária "Lian Jia", Lin Qian, a política tem efeitos limitados à recuperação do segmento.

Em relação à influência na bolsa de valores, o professor da Faculdade Econômica da Universidade de Comércio e Indústria da China, Zhou Qingjie, afirmou que os efeitos são positivos.

"A redução da taxa de juros mostra a tendência relaxada da política monetária. Esta medida também oferece um estímulo positivo ao funcionamento da bolsa de valores e aos capitais neste mercado."

Após a divulgação da redução da taxa de juros, as bolsas de Shanghai e Shenzhen, abriram com grande alta. O setor imobiliário foi o que registrou o maior crescimento nos pregões.

No entanto, diferentemente do setor imobiliário e da bolsa de valores, a medida causou queda de lucros dos produtos financeiros. As dívidas nacionais de três e cinco anos de prazo, a serem divulgadas no dia 10 deste mês, foram adiadas. Devido à redução da taxa de juros, o juro anual das dívidas sofrerá uma queda.